Doenças autoimunes: entenda o que são e por que estão crescendo no mundo

By Rudolf Noel 7 Min Read

Como comenta o presidente do IBDSocial, Gustavo Luíz Guilherme Pinto, o número de casos de doenças autoimunes tem aumentado nas últimas décadas, chamando a atenção da comunidade médica e da sociedade em geral. Esse crescimento pode estar relacionado a múltiplos fatores ambientais, genéticos e de estilo de vida. Mas, afinal, o que são doenças autoimunes e por que elas estão se tornando tão comuns? Continue lendo e descubra como essas doenças se desenvolvem, quais são suas causas e o que pode ser feito para enfrentá-las.

Como o sistema imunológico age contra o próprio corpo?

O sistema imunológico é uma rede complexa de células e proteínas responsável por identificar e combater vírus, bactérias e outras ameaças. No entanto, nas doenças autoimunes, essa defesa natural passa a interpretar tecidos saudáveis como se fossem inimigos. Segundo Gustavo Luíz Guilherme Pinto, essa falha de reconhecimento leva o corpo a se atacar, causando inflamações persistentes e danos que podem comprometer órgãos vitais.

Isto posto, esse comportamento do sistema imunológico pode se manifestar de diferentes formas, dependendo da doença. No lúpus, por exemplo, há uma ação generalizada contra vários tecidos, enquanto na esclerose múltipla o alvo são as células nervosas. Já na artrite reumatoide, articulações são afetadas diretamente, resultando em dor e rigidez.

Assim sendo, embora a medicina ainda não tenha uma resposta definitiva para o motivo desse descontrole, pesquisas indicam que há uma combinação de predisposição genética e fatores externos atuando sobre o organismo, o que leva à ativação equivocada do sistema imune.

Por que as doenças autoimunes estão crescendo tanto?

O aumento de diagnósticos de doenças autoimunes é um fenômeno global. Esse crescimento pode estar associado a mudanças no estilo de vida moderno, maior exposição a substâncias químicas e alterações na microbiota intestinal, entre outros fatores. Além disso, a crescente urbanização, o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e a exposição a ambientes cada vez mais estéreis, como apontam estudos sobre a “hipótese da higiene”, podem estar contribuindo para a desregulação imunológica. 

Entenda com Gustavo Luíz Guilherme Pinto o avanço das doenças autoimunes e os fatores por trás desse crescimento global.
Entenda com Gustavo Luíz Guilherme Pinto o avanço das doenças autoimunes e os fatores por trás desse crescimento global.

A ideia é que a ausência de contato com microorganismos naturais, principalmente durante a infância, prejudica o desenvolvimento adequado do sistema de defesa. Outro aspecto relevante é o aumento da conscientização e dos recursos diagnósticos, de acordo com o presidente do IBDSocial, Gustavo Luíz Guilherme Pinto. Antigamente, muitas doenças autoimunes passavam despercebidas ou eram confundidas com outras condições. Hoje, exames mais precisos permitem identificar essas enfermidades de forma mais eficaz, o que também ajuda a explicar a elevação nos números.

Quais são as doenças autoimunes mais comuns atualmente?

Diversas condições são classificadas como autoimunes, e elas podem afetar diferentes órgãos e sistemas. A seguir, listamos algumas das mais frequentes:

  • Artrite reumatoide: afeta articulações, provocando dor, inchaço e limitação de movimentos.
  • Lúpus eritematoso sistêmico: pode atingir pele, rins, articulações e até o cérebro.
  • Esclerose múltipla: compromete o sistema nervoso central, com impacto na coordenação motora.
  • Doença celíaca: desencadeada pelo consumo de glúten, leva a inflamações no intestino delgado.
  • Psoríase: provoca inflamações e lesões na pele.
  • Diabetes tipo 1: o sistema imune ataca as células produtoras de insulina no pâncreas.

Essas doenças apresentam diferentes sintomas e níveis de gravidade, mas todas têm em comum a origem autoimune e a necessidade de acompanhamento médico contínuo. Conforme destaca Gustavo Luíz Guilherme Pinto, o diagnóstico precoce é essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e evitar complicações. Pois, embora muitas dessas doenças não tenham cura, é possível controlar os sintomas e retardar sua progressão por meio de tratamentos específicos e ajustes no estilo de vida.

Como é feito o tratamento das doenças autoimunes?

O tratamento das doenças autoimunes depende do tipo e da gravidade da condição. Em geral, os objetivos são reduzir a atividade do sistema imunológico, aliviar os sintomas e preservar as funções dos órgãos afetados. Medicamentos imunossupressores, anti-inflamatórios e terapias biológicas são frequentemente utilizados para alcançar esse controle.

Além do tratamento medicamentoso, estratégias complementares como fisioterapia, dieta balanceada e manejo do estresse são recomendadas. Aliás, a abordagem multidisciplinar é cada vez mais valorizada no acompanhamento de pacientes autoimunes, envolvendo médicos, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais da saúde. 

Assim sendo, a personalização do tratamento é fundamental, uma vez que a resposta varia de pessoa para pessoa. No final, como ressalta o presidente do IBDSocial, Gustavo Luíz Guilherme Pinto, o acompanhamento contínuo permite ajustar as intervenções de acordo com a evolução do quadro clínico e com as necessidades individuais.

O aumento das doenças autoimunes exige atenção e prevenção

Em resumo, as doenças autoimunes representam um desafio crescente para a saúde pública, tanto pela sua diversidade quanto pelo impacto que causam na vida dos pacientes. A combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais tem contribuído para o aumento dos casos, exigindo maior atenção, diagnóstico precoce e estratégias de prevenção.

Dessa maneira, é fundamental investir em informação, pesquisa e acompanhamento médico contínuo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Assim, com o avanço da ciência e a adoção de hábitos mais saudáveis, é possível lidar melhor com essas condições e reduzir os impactos provocados por elas.

Autor: Rudolf Noel

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